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Você sabia que as emoções são inatas? Você não tem escolha! Raiva, tristeza, medo, alegria, nojo, todos nós já nascemos com este combo de emoções. Você já ouviu a frase: “engole o choro!” Ou “menina bonita não chora!”? Além de ser uma invalidação de uma emoção que é legítima, estamos ensinando que as emoções não são toleradas ou aceitáveis num determinado contexto. É um mito pensar que as emoções difíceis não são importantes e devem ser ignoradas, pois elas podem indicar quando estamos numa situação que não é boa para nós, por exemplo, o medo nos prepara para uma resposta ao perigo, como lutar, fugir ou paralisar e a raiva nos ajuda na defesa de nossos limites e pode nos tornar mais assertivos e empoderados para isto. E para que tenhamos uma vida saudável e autêntica, precisamos entrar em contato com nossas emoções, mesmo as mais difíceis. Então, o que fazer quando lidar com elas nos parece tão desafiador?

Em alguns contextos pode parecer inadequado expressar nossas emoções, no ambiente de trabalho, por exemplo, pode ser saudável suprimi-las, afinal de contas, despejar todas as razões que fizeram você sentir raiva do seu chefe pode não ser a opção mais assertiva. A raiva é avassaladora, podemos ter muitos prejuízos quando respondemos alguém com raiva, a melhor opção neste caso é nos afastamos até que a raiva passe. Nossos pensamentos ficam super desorganizados e efervescentes, se escrevermos uma carta para pessoa que nos ativou a raiva, dificilmente vamos optar em entregá-la, pois vamos identificar uma desorganização e supervalorização dos aspectos negativos, e quando estamos mais calmos percebemos que não seremos assertivos em comunicar isto para o outro.
Para saber mais veja o texto “O que fazer quando sentimos raiva”.

Já ouviu falar: “desabafa que passa!” Realmente desabafar é terapêutico! Mas a expressão em excesso pode levar a ruminação, que é quando passamos muito tempo pensando num evento negativo, quando isto acontece pode nos levar a um humor depressivo e termos prejuízos no nosso dia a dia. A saída é que ao expressar nossas emoções também falemos das causas para o surgimento delas e se existir algum problema envolvido busquemos formas de solucioná-lo. A reavaliação cognitiva é uma saída duradoura para o alívio das emoções, para isto podemos contar com a ajuda de um psicólogo que atue com terapia cognitiva para conseguirmos uma melhor regulação emocional.

O segredo estaria então no equilíbrio da expressão das nossas emoções difíceis e que nos permitamos entrar em contato com elas para nossa própria cura, no entanto, sempre respeitando o quanto dessa emoção suportamos trazer à tona, ao invés de nos abrirmos completamente para as emoções difíceis. Para isso podemos começar a nos expor a estas emoções gradualmente, com uma atitude de autocompaixão. Inicialmente podemos estar acostumados a lutar contra nossas emoções, mandando elas embora assim que surgem, então podemos passar a explorar o desconforto que elas nos causam nos perguntando sobre o que estamos sentindo, para no próximo passo compreendermos que podemos não gostar da sensação, mas quem sabe possamos torná-la suportável e superar nossa insegurança. Os últimos passos para a aceitação das nossas emoções são permitir que as emoções venham e vão naturalmente e por último nos tornarmos amigos das nossas emoções, afinal de contas as emoções difíceis também tem benefícios e podemos nos perguntar sobre o que podemos aprender com elas.

Fernanda Araujo de Souza Francez – CRP 12/19708

Psicóloga formada pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIVINCI. Especialista em Educação de Jovens e Adultos. Terapeuta Cognitivo Comportamental. Atua com psicoterapia online de adolescentes e adultos.